A artista plástica Renata Cabral abre sua individual “Retinta” na quinta-feira, 25 de julho, das 19h às 22h, no Espaço Caratelli (Rua Maria Loureiro Franca, 45, Cabo Branco). Sob a curadoria de Amanda Costa, a paraibana vai expor um conjunto de 11 painéis pictóricos que expressam sua fase “neokahliana”, uma referência a Frida Kahlo, pela natureza apaixonada e autobiográfica da exibição. A fase atual da artista revela a sua busca por retratar experiências de cunho trivial e íntimo, resgatando a temática artística da banalidade da vida, subtraindo da pintura, mediante tal olhar, o tradicional cunho “heroico”. Renata faz uso de cores vibrantes e traços livres, enquanto o conceito de “beleza” passa longe da perfeição ou harmonia das formas e se direciona para a impactante capacidade de fazer sentir.
Renata Cabral destaca que a exposição gira em torno da paixão: “A intensidade desse forte sentimento fica evidenciada no tempo que despendi para produzir esses 11 grandes painéis: apenas 26 dias! Essas obras, despretensiosas e espontâneas, eternizaram um encontro que, apesar de ter durado apenas uma noite, permaneceu estimulante e iluminou toda a minha produção artística, como um filho gerado em um único momento. Como é possível alguém não ter experimentado, ao menos uma vez na vida, uma paixão assim?”
A tela que abre a série, intitulada “A nova Helena de Troia”, propõe a representação da mulher bela pela própria natureza, distante dos padrões “clássicos” herdados com a colonização. Na pintura, a própria Helena, mulher mais linda da narrativa homérica, é retratada com traços negros, fortes, retinta. Essa autodescoberta de uma beleza decolonial se desdobra em paralelo com o enredo da exposição, onde as obras de arte, a partir da curadoria de Amanda Costa, ficam dispostas por quatro ambientes do local da exposição, evidenciando para os espectadores a expectativa, o encontro, a saudade e a espera.
Compõem a exibição as obras: “Eros e Psique”, “Como um mutante”, “Dois animais ou futuros amantes”, “Banquete ou Pés descalços”, “Saudade danada”, “Céu de quadros”, “Quero beijos sem tréguas”, “Seu nome na encruzilhada”, “Oferenda” e “Sempre ou O último pretexto antes de um novo”.
A paraibana Renata Cabral ganhou visibilidade pelos portraits femininos com traços neoexpressionistas e grandes olhos, o que a levou a exposições icônicas que marcaram a sua trajetória, como Flórida (2014) e Paris, no Carrousel du Louvre (2015). Em 2019 foi reconhecida com Voto de Aplausos pela Câmara de Vereadores de João Pessoa. Recebeu Menção Honrosa no 28º Salão de Artes de Rio Claro/SP, em 2010. Artista autodidata, Renata é advogada, doutoranda em Ciências das Religiões e mestra em Filosofia (UFPB), e mãe de quatro filhos. Instagram: @renatacabral_art
